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Quarta Colônia Italiana do RS

terça-feira, 7 de outubro de 2008

O ONIBUS DO RORATO

O velho ônibus fazia o trajeto até Santa Maria e carregava de tudo.



O ônibus da foto (castigada pelo tempo), pertenceu ao Sr. Aldo Rorato. Fotografado por Ângelo Braz Dotto, em 22 de junho de 1938, quando levava convidados de Vale Vêneto para Val Varonês, na festa de casamento de Ângelo Perobelli e Tereza Dotto. Após uma forte chuva que ocasionou uma enchente, a estrada virou um lamaçal. Nota-se que os rodados traseiros estão acorrentados, mas mesmo assim atolou. As correntes que contornavam os rodados era uma forma de se garantir no leito da estrada, os rodados não patinar e derrapar. Precisou a força humana para prosseguir viagem. A foto pertence à Clotilde Dotto Rorato, filha do fotógrafo. Quando nos cedeu esta foto, apesar de sua idade de 85 anos, nos relatou o fato. Algumas pessoas são lembradas e identificadas por ela na foto, como Rafael Possati, que está sentado na parte lateral do ônibus e a senhora a sua frente é Rita Bortoluzzi. Este ônibus transportava passageiros para a região de Santa Maria e vice-versa. Era o melhor meio de transporte da época. Além das pessoas, chegava a transportar pequenos animais e produtos agrícolas para serem comercializados na cidade e de lá traziam mantimentos para o sustento das famílias.
Concórdio Genuíno Dotto, em sua Obra Meu Caminho de Ser Gente Entre a Gente..., menciona e descreve sobre o ônibus de Aldo Rorato. Diz o seguinte: Os fardos de fumo eram carregados em carretas ou no velho ônibus de Aldo Rorato, levado ao Porto Macaco, no Jacuí, a dez ou doze quilômetros de distância, para leste... Num capítulo posterior, comenta mais: Os de perto já haviam saído e só restavam os de mais longe, que dependiam do ônibus. Na época, só havia ônibus para a cidade (Santa Maria) três vezes por semana, as segundas, as quintas e aos sábados...
Também servia para o transporte do correio de Vale Vêneto para Santa Maria, viagem, que Domingos José Rorato, funcionário do Correio, fazia quase que cotidianamente, que antes de aparecer este ônibus, fazia o trajeto a cavalo.

No livro "La America dei sogni - um povo, uma história, uma conquista", o autor Nelson Bolzan ,escreve mais sobre o ônibus do Aldo Rorato. Destaca que dois ônibus o faziam lembrar na memória: o de David Pavesi e o de Aldo Rorato. Sobre este último, relata: " o ônibus do Sr. Aldo Rorato passava em frente à nossa casa, quando moravamos em Polêsine. Este senhor e seu veículo por longos anos, partiram de São João do Polêsine. Antes de clarear o dia, passava por Ribeirão, Vale Vêneto, subir o morro da gruta até Silveira Martins para descer a Santa Maria. Diariamente, o ônibus de bancos compridos e sem corredor, ia e vinha de Santa Maria com encomendas e passageiros. As estradas eram ruins, com subidas e descidas, pedras, poeira e barro. Mas o esforço do proprietário vencia qualquer obstáculo, muitas vezes com a colaboração dos passageiros a empurrar o carro, trocar pneus e carregar e descarregar bagagens que eram acomodadas em cima, na grade de bagageiros. Naquele tmpo era o único jeito de viajar um pouco mais longe. Raríssimos eram os automóveis e nos casos de doença, o ônibus parecia um presente caído do céu. Ir à cidade se revestia em acontecimento do ano, ou da vida, para a maioria daquele povo simples e trabalhador."

O RINCÃO DOS RORATTO

Comunidade localiza-se próximo a cidade de Santo Ângelo-RS.

O Rincão dos Rorattos, foi fundado pelo agricultor Sr. Fernando Feliciano Roratto.
Casou com a Sra. Diona Ângela Cossettin em São Valentin (Ijuí). Delá se deslocou para Barra São João e depois Comandaí, em Santo Ângelo, na década de 40. Filhos do casal Fernando Roratto: Vitélio, Cecília, Marino, Henrique, Amantino, Alfredo, Matilde, Clementina, Ésther Terezinha e Antônio. Fernando nasceu em São Rafael (Tres Vendas) na 4ª Colônia, em 18.10.1908 e faleceu no rincão onde está sepultado no dia 08.08.1973.

Muitos ainda permaneceram, mas outros deixaram o rincão e se estabeleceram em outras municípios do RS e até em outros estados.
A família Roratto muito tem feito pela comunidade, sendo todos os cidadãos conceituados e trabalhadores. São pessoas de atividades constantes, tudo tem feito pelo progresso da mesma.
Rincão dos Roratto pertence à região das Missões, município de Santo Ângelo, próximo do limite com o município de Giruá, no entroncamento da RST 344 (que liga Entre-Ijuís-Santo Ângelo-Giruá-Santa Rosa-Porto Mauá) com a rodovia BR 392, que vai a Cerro Largo, aproximadamente 300 metros do trevo, por estrada ensaibrada. Na vila a via principal esta calçada. Distante 10 km de da sede municipal, 20 km de Giruá e 40 km de Santa Rosa. Uma das referencia do local também é o Rio Comandai, no qual na
s proximidades há uma bela cascata e um bonito balneário. Este mesmo rio divide os municípios de Santo Ângelo com Giruá.

Vila pacata, ordeira, cujos moradores quase na totalidade são descendentes do fundador Fernando F. Roratto (filhos, netos e bisnetos). No local após sua fundação foi construída uma capela, um clube com amplo salão de festas e uma escola mantida pela municipalidade e comunidade.
O comércio local gira e torno do agro negócio. O relevo é quase plano com ondulações nas proximidades do Rio Comandai. O solo de coloração vermelha e fértil, bom para o cultivo de cereais como a soja, o milho e o trigo. No local possuía uma serraria, de Henrique Roratto, que outrora desempenhava um papel importante no desenvolvimento da comunidade.


Família do fundador do Rincão - Fernando Roratto


Placa indicativa da localidade na ERS 344.



Rincão dos Roratos é um dos quatorze distritos rurais do município brasileiro de Santo Ângelo, no Rio Grande do Sul. Situa-se ao norte da cidade.
Limita-se com os distritos de Comandaí, Sossego, Restinga Seca e Cristo Rei, com o perímetro urbano e com o município de Giruá.
A comunidade foi fundada na
década de 1950. No início da colonização, a produção para comércio era inexistente. A lavoura era só de subsistência. Platava-se milho, mandioca, feijão e abóbora. A partir de 1960, começara a plantar alfafa, trigo e soja
para comercializar.
O distrito foi reconhecido oficialmente através da Lei Municipal nº 1636, de
12 de abril de 1993.
Possui uma escola de
ensino fundamental e uma capela.

Cursos d'água: Arroio São José e Rio Comandaí
Referências
FREITAS, Délcio Possebon de, et al. Um olhar sobre os aspectos históricos e geográficos de Santo Ângelo. EdiURI, 2005.
Fonte:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Rinc%C3%A3o_dos_Roratos